terça-feira, 20 de outubro de 2009

O Filho do Oleiro



Por Hermann A. Rodrigues

“Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que colocaste em seus devidos lugares, que é o homem para que te lembres dele e o filho do homem para que com ele te importes?
Eu te louvarei porque de um modo tão admirável e maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, eu o sei muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e esmeradamente tecido nas profundezas da terra. Os teus olhos viram a minha substância ainda informe e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles. Ó Senhor, meu Senhor, quão majestoso é o teu nome em toda a terra!”
Sl 8:3,4,9; 139:14,15,16

Um dia fui pó da terra e o vento revirava minha vida ao seu prazer.
Jogava-me para cima, para os lados, rodopiava-me e eu nada podia fazer.
Fui lançado tempestivamente, por aquele que tentava me consumir, no mais profundo abismo.
Um dia o Oleiro sondava sua casa e percebeu que sua obra, perfeita e laboriosa, não estava completa.
Faltava um vaso!
Então, o Oleiro virou-se e me viu ali; pó da terra lançado à sorte.
Tomou-me e me misturou à água do seu suor.
Virei barro!
Mansamente o Oleiro correu sobre mim suas suaves mãos e me deu forma e, encantado, pôs-me em destaque em sua casa.
Cuidava de mim continuamente.
Um dia eis que caí e me perdi do Oleiro.
Entristecido Ele partiu e fiquei só.
Quebrei-me e já não tinha o Oleiro para me consertar.
O vento cruel tomou-me de volta em seus rodopios.
Agora o vento era mais forte e não carregava o que outrora era pó.
Carregava os pedaços de um vaso muito amado pelo belo Oleiro.
Muito tempo se passou e o vento tornou a jogar-me num profundo abismo.
O Oleiro me procurou, mas não encontrou.
Ele não me via vaso e sim cacos.
Mas Ele não queria cacos...
Sobreveio que num determinado tempo o Filho do Oleiro, cansado de ver a tristeza do Pai por causa de um vaso amado, saiu a me procurar.
O Filho do Oleiro veio, me encontrou e me resgatou do meu fim.
O Filho do Oleiro percebeu que era necessário limpar, polir e colar os cacos, a fim de reconciliar o vaso com o Oleiro.
Era tarefa árdua!
Tão difícil que exigiu a vida do Filho do Oleiro.
O vaso, ainda imperfeito, lastimou-se!
Morrera quem lhe daria vida e lhe devolveria ao Pai.
Mas o vaso estava enganado.
O Filho do Oleiro não estava morto e sim vivo, cheio de glória e majestade!
E o Filho do Oleiro voltou e pegou o vaso. Limpou-me, poliu-me, colou-me os cacos e me fez novo vaso.
Resgatou minha vida.
Encheu-me de bênçãos.
Transbordou-me com a sua graça.
Deu-me vida nova.
Aplainou minhas arestas.
Moldou minha nova forma.
Pintou-me.
Salvou-me da morte.
Reconciliou-me com o Pai, que de tão feliz, pois sempre quisera o vaso lindo que Ele mesmo fizera, deu-me ao Filho, que hoje é Senhor e Salvador da minha vida.

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé;
e isto não vem de vós, é dom de Deus.”
Ef 2: 4-8
Pastoral do mês de outubro

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