segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Novas lentes para a vaidade


Por Pablo F. Bastos Ribeiro

Para muitos a vaidade significa cuidado com a aparência ou uma visão superlativa de si mesmo, e de fato não estão equivocados aqueles que pensam assim. Porém, a primeira definição que encontramos em alguns dicionários, como o Houaiss, por exemplo, não conceitua o termo deste mesmo modo. A primeira definição para vaidade exposta em Houaiss é “qualidade do que é vão, vazio, firmado sobre aparência ilusória”. Com estas novas lentes gostaria de sugerir reflexões sobre algumas questões.

A princípio, proponho pensar em nós mesmos sem sermos vaidosos para não nos iludirmos com nossas formas de compensação: quão frequentemente somos tomados por sentimentos que não têm qualquer fundamentação coerente e, a partir deles, agimos de forma enérgica por demais? Recordemos quantas vezes agimos precipitadamente em nossos meios (casa, trabalho, faculdade, igreja) por nos basearmos em situações ou fatos que estão além do nosso campo de entendimento - ideias muitas vezes apresentadas a nós por terceiros que desejam apenas fomentar apoio, mas que são compreendidas por nós de modo distorcido. Este é um momento em que nos firmamos em argumentos vazios de sentido para flutuarmos sobre uma plataforma de vaidade que nos propicia a sensação do poder de sermos detentores da razão.

E quanto a nossa fé? Está escrito “vou castigar a maldade do mundo inteiro, os crimes dos ímpios; porei um fim ao orgulho dos soberbos e rebaixarei a vaidade dos prepotentes”(Isaías 13:11). Este é um versículo que nos deixa numa situação bastante delicada, pois quantas vezes somos prepotentes, orgulhosos e, inclusive, maus em nome de nossa fé? Quantos de nós acabamos por subjugar pessoas, normalmente aquelas que não são adeptas às mesmas crenças que compartilhamos, às nossas “leis”? Sim, isto é vaidade não por uma avaliação lisonjeira de nós mesmos, mas pelo esvaziamento de sentido, pois não nos cabe submeter ninguém aos nossos dogmas e crenças. Nossa fé deve ser pura e transparente para nós mesmos, devemos ser exemplo e não inquisidores. Como diz um amigo meu: “a palavra convence, mas o exemplo arrasta”. Penso ser deste modo que devemos nos colocar se quisermos convencer alguém de algo. Antes de tudo, devemos ser o exemplo vivo do que acreditamos e para isso temos que preencher a nossa alma de fundamentos sólidos, pois é assim que conseguiremos, também, enxergar o outro além do que nos aparenta.

Passemos, então, para a questão maior que é a unidade da Igreja. Para nos fortalecermos como comunidade de fé, precisamos nos preencher com ideais, com princípios e acima de tudo é necessário uma fundamentação para estes. Quando se trata do coletivo não podemos nos ater às nossas particularidades e crenças, devemos buscar nos irmãos os pontos de interseção entre nós e a partir deles solidificarmos nossas relações internas. Deste modo, crescermos como cristãos a partir de reflexões e discussões respeitosas e enriquecedoras. Não devemos nos deixar levar pelos sinais mais nítidos da vaidade, aqueles que mais se aproximam do senso comum, que é a supervalorização de nós mesmos, pois neles sentimo-nos fortes demais e, assim, perdemos a sensibilidade necessária para saber quando precisamos nos fortalecer. Cumpre atentarmos para o fato de serem, entretanto, muitas as fraquezas do homem, mas é no momento em que nos sentimos extremamente fortes que cometemos os nossos maiores erros.
Pastoral de janeiro /2010

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

PENSE NO HAITI, ORE PELO HAITI!


Olá irmãos e irmãs!
Graça e paz!
Nós, jovens da Segunda Igreja, convidamos todos a se envolverem na campanha “Pense no Haiti, Ore pelo Haiti.” O nome faz referência à música de Gil e Caetano e foi escolhida por representar bem o espírito desta mobilização. A campanha é composta por três dimensões interligadas. Reflexão, Oração e Ação.

REFLEXÃO - entendemos que é necessário buscar conhecer melhor esse país, bem como as causas de seus recorrentes sofrimentos. A fim de evitar explicações espiritualizantes simplistas e até cruéis é preciso conhecer melhor a história, a política, a geografia bem como a espiritualidade haitiana. Este será o espaço de debates, matérias e artigos que nos ajudem a pensar de forma ampla essa questão.

ORAÇÃO - queremos colocar diante dos céus não apenas a tragédia natural emergente, mas todo o conjunto de sofrimentos e suas causas, muitas delas históricas e estruturais. Contamos com o apoio do Ministério de Oração da Igreja e também convidamos cada cristão a colocar-se diante de Deus para interceder pelo povo do Haiti.

AÇÃO – como nos lembra o apóstolo Tiago, não basta dizermos ao que tem fome “vai em paz que o Senhor te abençoe”. A fome, o frio e as dores do corpo se curam com comida, cobertores e atendimento médico. Queremos arrecadar e repassar a Cruz Vermelha o máximo de doações possível e por isso convidamos todos a abrir seus corações, armários e bolsos para que possamos ajudar a minimizar o sofrimento do povo haitiano. Alimentos não perecíveis, roupas e calçados são as doções prioritárias que serão encaminhadas aos necessitados no Haiti.

Venha caminhar conosco e coloque seus dons e recursos a favor do Reino de Deus!
Terremoto
Sobe para 14 o número de militares mortos por tremor no Haiti, diz Exército
Em nota, Exército confirma ainda que quatro estão desaparecidos.

O número de militares mortos no Haiti subiu para 14, segundo o Comando do Exército. Um tremor de magnitude 7 devastou a capital, Porto Príncipe, na terça-feira (12). O Brasil comanda uma missão de paz da Organização das Nações Unidas no país. Outra morte confirmada é a da fundadora da Pastoral da Criança, a médica Zilda Arns.

As informações sobre vítimas e danos ainda são desencontradas, e o tremor afetou a estrutura de telecomunicações do país.