domingo, 16 de maio de 2010

HOJE EM DIA A “MINHA ORAÇÃO É BEM CURTA PRO SANTO NÃO ENTEDIAR (...)”


Por Rachel Vidal

Quando eu era criança “dia de santo importante” era o fim da picada! Na televisão só passava aquela multidão carregando o dito cujo... O dia inteiro era aquela barulhada de foguetes somada à frenética latição do Bidu, sem falar na gritaria que todo mundo lá de casa arrumava exigindo silêncio do pobre Basset. Recordo-me que o sentimento de tédio e a vontade de berrar “que povo bobo!” acometiam-me, afinal, eu havia aprendido na Classe Dominical da Segundona que não devemos adorar a ídolos. E isso para mim era uma lei infringível, uma regra básica de Deus. “Como as pessoas grandes poderiam desconhecer isso e arrumar toda aquela papagaiada mostrada pela televisão? Deus não vai ficar bravo com esse pessoal não?” (pensamentos assim caracterizam a minha irritação).

Hoje penso um pouco diferente... Você já refletiu sobre o trabalho que dá ser pelo menos “simpatizante” de algum santo? Primeiramente, o indivíduo tem que se inteirar da história do santo, saber se ele é padroeiro de causas específicas ou profissões, se é invocado contra doenças específicas ou catástrofes, etc. Depois de adquirir a imagem (seja uma fotografia, um desenho ou uma estatueta), velas são acesas e orações decoradas, periodicamente expressas como manifestação de fé, de honra e respeito. E é claro que tem a longa caminhada, faça chuva ou faça sol, no dia de comemoração do santo (procissão), com direito a foguetório e muito mais.

E agora cá estou eu refletindo sobre as minhas manifestações de fé ao longo da estradinha da vida: elas são frequentes? Exigem algum sacrifício? Jejum? Retiro espiritual? Algum dia eu me dei ao trabalho de decorar alguma oração ou salmo bíblico? Quantas vezes na vida eu ajoelhei para orar? Quantas vezes já fui dormir tendo passado o dia todo sem fazer nem meia oração? Por que essa minha “cômoda sazonalidade” é mais bem vista por Deus que todo o metódico processo realizado por um devoto a um santo? Quem foi que disse que Deus não dá ouvidos às rezas feitas aos santos, que Ele não se manifesta na vida das pessoas por elas simplesmente terem encontrado “intermediários” em suas conversas com Ele, em suas manifestações de aflições, desejos e frustrações? Isto sim é estranho: achar que detemos a verdade sendo que as nossas crenças podem estar cheinhas de equívocos, pois nada mais são do que um mero ponto de vista, uma possibilidade de interpretação bíblica.

Muitas pessoas dizem ser ecumênicas sem nem mesmo saber o significado correto deste termo. A frase “eu sou ecumênico, porque respeito outras religiões” é bem comum por aí. Porém, ecumenismo é só isso? Respeito ao próximo não é uma obrigação de qualquer cristão?

Ecumenismo é bem mais que respeito. Significa respeitar a outra pessoa em sua diferente expressão de fé, crer que Deus nos fez um em Jesus Cristo, entender que devemos buscar nos ensinamentos bíblicos o fortalecimento para nossas ações conjuntas e não motivos de discórdia. Para que o ecumenismo esteja em nós é preciso praticá-lo, é necessário amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. O ecumenismo nos ensina que é possível sermos um, mesmo sendo diferentes. É claro que existem diferenças significativas, mas que podem ser superadas pelo amor que nos une.

Desejo reflexões a todos nós, cristãos. Que possamos rever o modo como internalizamos as diferenças existentes entre católicos romanos, luteranos, anglicanos, presbiterianos, ortodoxos e outras denominações irmãs. Sejam as nossas orações decoradas, lidas ou espontâneas, que elas tenham sempre como foco a intimidade com Deus, pois Ele é a única fonte de segurança de qualquer indivíduo, dada a nata insegurança da vida. Que nós, cristãos, saibamos manifestar ações de amor, respeito e comunhão, não apenas durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC), mas em nossas práticas pessoais diárias.

Fundamentada no discernimento de que Deus conhece todas as nossas intenções, planos e desejos, que apenas Ele age na vida de todos nós, que Ele habita em nós, sou sim admiradora do breve e doce recado transmitido pelo verso: “Minha oração é bem curta pro santo não entediar” (Ana Carolina, Mombaça e Antônio Villeroy).
Pastoral de maio

domingo, 9 de maio de 2010

Seio materno

Seio materno

Por Ricardo Bastos

Dia das mães não deveria ter dia único. Concordam?
Deveríamos celebrar todos os dias sem nunca deixar
que a doce suave melodia da música termine.

Cantaríamos incansavelmente “parabéns pra você” por ser compreensiva e amorosa.
Sopraríamos milhares de velinhas, mas não permitiríamos que as chamas se apaguem.

Diríamos que seu sorriso põe nossas vidas mais coloridas.
Que elas são as rosas perfumadas no jardim de nossa infância.
Que a vida sem elas é como um abismo profundo.
Que a distância é como as dores de parto.

Que viver sem o seu instinto materno é como desaprender sua inteligência.
Que os seus diálogos são como os campos verdejantes em dias ensolarados.

É como viajar num livro infantil sem se preocupar com o fim das estórias.
Por que sabemos que elas são os conteúdos necessários
e nós os complementos de sua bagagem.

As mães são anjos do amor, princesas de todas as manhãs.
Lindas como o arco-iris no céu junto ao esplendor de suas cores.

Elas são nossos guias educacionais.
As estrelas que brilham, o sol que nos aquece e a lua que embala os sonhadores.

E ainda, mães que atravessam mares, oceanos e rios,
só para estarem ao lado de seus filhos.

Mãe, a eterna palavra que jamais se desfaz.

Por tudo isso, eu lhe peço Senhor, que cuide, proteja e abençõe
todas as mães deste mundo, pois são as perfeições de Tua criação.

Permita Deus que minha mãe seja sempre criativa
pois sem isso como despertaria seus dons?

Louvado seja esta mulher chamada mãe!
Que Deus abençõe este ser divino e eterno.

Uma homenagem do nosso querido irmão Rick a todas as mãe da Segunda Igreja
Presbiteriana Unida de Belo Horizonte.